Durante todo o século XIX, a população do México, mal tinha dobrado. Esta tendência continuou durante as primeiras duas décadas do século XX, e ainda assim, no censo de 1920 se registrou uma perda de 2 milhões de habitantes. Isso foi devido à Revolução Mexicana, ocorrida entre 1910 e 1920.
A taxa de crescimento aumentou drasticamente entre 1930 e 1980, quando o país chegou a registrar índices de crescimento maiores que 3% (1950-1980). A população mexicana dobrou em trinta anos, e a esse ritmo se esperava que para o ano 2000 houvesse 120 milhões de mexicanos. Diante dessa situação, o governo federal criou o Conselho Nacional de População (CONAPO), com a missão de estabelecer políticas de controle de natalidade e realizar investigações sobre a população do país. As medidas valeram, e a taxa de crescimento desceu até 1,6 no período de 1995 a 2000. A expectativa de vida passou de 36 anos a 72 anos em 2000.
No começo do século XX cerca de 90% da população vivia nas zonas rurais (aldeias, vilas e Povoado). O censo de 1960 conseguiu dados em que, pela primeira vez, a população urbana é maior que a rural (50.6% do total). O número de pessoas que migravam constituía 96,6% da população. No censo de 1920 somavam pouco mais de 90%. Trinta anos mais tarde constituíam 80% e atualmente pouco mais de 18% dos mexicanos saem dos estados em que nasceram. Várias tendências podem explicar o processo de industrialização das cidades grandes e médias, assim como o empobrecimento gradativo do campo, ocasionado pela recessão das atividades agropecuárias. As entidades federativas que concentram maior população são Distrito Federal, Veracruz, Jalisco e Puebla. Enquanto as menos populosas são Baja California Sur, Campeche e Quintana Roo. Este último estado é um dos que apresentam uma das taxas de crescimento populacional mais altas do país, devido à indústria turística de Cancún, que concentra 50% da população quintanarroense.
Idiomas
Não existe de jure uma língua oficial constitucional em nível federal no México. O país tem a maior população de língua espanhola no mundo, sendo que quase um terço de todos os falantes nativos do espanhol vivem no México.
Aproximadamente 5,4% da população fala uma língua indígena e 1,2% não fala espanhol. Os povos indígenas têm direito a receber serviços públicos e documentos em suas línguas nativas. A Comissão Nacional para o Desenvolvimento dos Povos Indígenas reconhece a língua dos Kikapú, que imigraram dos Estados Unidos, e reconhece as línguas dos refugiados indígenas guatemaltecos.
Há cerca de 80.000 menonitas de língua alemã no México.
Religião
Os 92.924.489[64] de católicos no México são, em termos absolutos, a segunda maior comunidade católica do mundo, depois do Brasil. 47% deles frequentam os serviços religiosos semanalmente. Cada cidade, vila e aldeia mexicana tem um dia de festa por ano para comemorar os seus santos padroeiros locais. O dia da festa da Nossa Senhora de Guadalupe, a padroeira do México, é comemorado em 12 de dezembro e é considerado por muitos mexicanos como o mais importante feriado religioso de seu país.
O censo de 2010 informou que 314.932 pessoas eram membros da Igreja Mórmon SUD, embora a igreja em 2009, alegou ter mais de um milhão de membros registrados. Cerca de 25% de membros registrados participam de um sacramento semanal, embora possa variar tanto para mais quanto para menos.
A presença dos judeus no México remonta a 1521, quando Hernán Cortés venceu os Astecas, acompanhado por vários conversos. Segundo o censo de 2010, existem 67.476 judeus no México. No México o Islã é praticado por uma pequena população na cidade de Torreón, Coahuila, e há cerca de 300 muçulmanos em San Cristóbal de las Casas, na área de Chiapas. No censo de 2010 18.185 mexicanos relataram pertencer a uma religião oriental, de uma categoria que
Religião | Porcentagem | |||
Catolicismo romano | 82,7% | |||
Outros cristãos | 9,7% | |||
Sem religião | 4,7% | |||
Não especificado | 2,7% | |||
Outras religiões | 0,2% |
Composição étnica
O México é etnicamente diverso e a constituição define o país como uma nação multicultural. A nacionalidade mexicana é relativamente jovem, decorrente de cerca de 1821, quando o México conseguiu a independência do império espanhol, e é composta por muitos grupos étnicos regionais distintos, como os diversos povos indígenas e imigrantes europeus. A maioria dos mexicanos são mestiços que compõem o núcleo da identidade cultural do México.
Em 2004, o governo mexicano fundou o Instituto Nacional de Medicina Genômica (INMEGEN), que lançou o Projeto da Diversidade do Genoma Mexicano. Em maio de 2009, o Instituto emitiu um relatório em um grande estudo do genoma da população mexicana. Entre os achados, foi relatado que dos 80% da população é mestiça de uma forma ou de outra, a proporção de ancestralidade européia e indígena são aproximadamente uniformes. As proporções de mistura variam geograficamente de norte ao sul, como estudos anteriores pré-genômico tinham imaginado, com a contribuição europeia predominante no norte e um maior componente indígena no sul. Uma das conclusões importantes do estudo, foi relatado que, mesmo sendo composta de diversos grupos genéticos ancestrais de todo o mundo, a população mexicana é geneticamente distinta entre as populações do mundo.
Imigração e emigração
O México é o lar do maior número de cidadãos estadunidenses no exterior (estimado em um milhão em 1999), o que representa 1% da população mexicana e 25% de todos os cidadãos estadunidenses no exterior. Outras comunidades importantes de estrangeiros são os da América Central e do Sul, principalmente da Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Peru, Cuba, Venezuela, Guatemala e Belize. Embora as estimativas variem, a comunidade argentina é considerada a segunda maior comunidade estrangeira no país (estimada em algum lugar entre 30.000 e 150.000). O México também recebeu um grande número de libaneses. A comunidade mexicana-libanesa gira em torno de 400 mil pessoas.
Ao longo do século XX, o México seguiu uma política de concessão de asilo aos colegas latino-americanos e europeus (principalmente espanhóis, em 1940), fugindo de perseguições políticas em seus países de origem. Em outubro de 2008, o México reforçou as suas regras de imigração e decidiu deportar cubanos que estavam usando o país como um ponto de entrada para os Estados Unidos. Como o México é muito mais rico do que os países imediatamente a sudeste de suas fronteiras, o país tem um problema crônico com a imigração ilegal a partir de desses países, especialmente da Guatemala, Honduras e El Salvador. Um grande número de migrantes da América Central que têm atravessado a fronteira ocidental da Guatemala para o México são deportados todos os anos.
As discrepâncias entre os números de oficiais estrangeiros legais e aos de todos os residentes estrangeiros, independentemente do seu status de imigração são muito grandes. O número oficial de estrangeiros residentes legais no México é de 493 mil (em 2004), com a maioria (86,9%) dos nascidos nos Estados Unidos (exceto Chiapas, onde a maioria dos imigrantes são da América Central). Os cinco estados com a maioria dos imigrantes são Baja California (12,1% do total de imigrantes), Cidade do México (11,4%), Jalisco (9,9%), Chihuahua (9%) e Tamaulipas (7,3%). Mais de 54,6% da população imigrante têm quinze anos de idade ou menos, 9% têm cinquenta anos ou mais.
A imigração ilegal tem sido um problema para o México, principalmente desde a década de 1970. Em 2006, no México deteve mais de 182 mil pessoas que entraram ilegalmente no país, principalmente nas proximidades da Guatemala, Honduras, El Salvador, sendo todos os países da América Central, vizinhos do México ao sul. Um número menor de imigrantes ilegais provenientes do Equador, Cuba, China, África do Sul e Paquistão.
O México representa também a maior fonte de imigração para os Estados Unidos. Cerca de 9% da população nascida no México, está agora vivendo nos Estados Unidos. 28,3 milhões de estadunidenses relataram ter ascendência mexicana em 2006.
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